terça-feira, 28 de julho de 2015


Não importa o quanto se tente

As coisas nunca serão planejáveis

E esse cheiro de  ‘o que será?’

Sempre vai acompanhar cada um dos dias

Não importa quantas listas sejam feitas

Nem quantas vezes se leia o roteiro

Nesse dia vai chover, ou as coisas vão sair ao contrário

Mesmo que tudo seja apenas uma repetição de rotina

Todos os dias acontecem da mesma maneira

Todas as suas 24 horas passam

E por mais que tudo seja igual

Nunca é igual

E é isso que torna a vida tolerável

Que faz valer sair da cama todo dia

Pra encarar tudo outra vez

Pra descobrir o que vai ter de novo


Nessa releitura do sempre igual.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Você lembra!


Quando deita a cabeça no travesseiro, quando olha através da janela do trem, enquanto dirige, enquanto toma sol depois do almoço, num domingo de tarde, enquanto espera a lotação, enquanto espera o sinal verde, enquanto anda até o mercado, enquanto você não faz nada...
...você lembra.


Das palavras mal ditas, do sorriso ridículo, da raiva, dos dias, da chuva, dos olhos, das piadas, do silencio, dos trabalhos, das matérias, do frio, do tédio, das lágrimas, das risadas, da alegria, do vento, da comida, dos lugares, de tudo, das pessoas, de todas as pessoas.


Você lembra das pessoas, boas ou ruins, querendo eu não, longe ou perto, presentes ou desaparecidas, com saudades ou sem, sem sentimento algum ou com algo parecido, você lembra, elas existem, você existe, só não é algo mutuo, ou dependente.

E isso não significa nada.

Mas quer dizer que todas essas pessoas fazem parte de você, e é seu dever tê-las na sua cabeça, querendo ou não. Elas ajudaram a construir você, do jeito que é, sendo melhorando, ou não.
Quer dizer que, enquanto você ainda lembra, elas ainda fazem diferença, mesmo que ninguém saiba, nem você.



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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Winter is coming



Você pode até achar que não vai sentir, ou que pode fugir ou se esconder. Você pode até colocar meias mais grossas, um casaco pesado e acender alguns gravetos.

Não é como aproveitar um dia de sol.
Não é como água para a sede. Nem como chuva para a seca.

Você pode ver ele chegando e não consegue se afastar, pode sentir seu cheiro, mas não pode trancar a respiração, pode até ouvi-lo mas não conhece a direção do som.

Não se trata do frio que nasce com a manhã e se afasta com o passar das horas, nem da brisa na noite, que te faz arrepiar e desejar por um casaco.

Se eu fosse você, eu começaria por dentro.

Aqueceria primeiramente o coração, pra te manter vivo. Fecharia as janelas e acenderia o fogo, aqueceria um pouco de leite.

Juntaria todos os livros, eles são muito poderosos, juntaria os cobertores.

Reservaria algumas velas, para o caso de a energia acabar como o resto. E também fósforos.

Um pouco de comida também é necessário.

Depois de me assegurar de colocar luvas quentes, é só juntar os cobertores, perto do fogo, mas não perto demais, adicionar chocolate ao leite, e abrir o primeiro livro da pilha.

Você estará salvo.

Nunca esqueça:

- O inverno está chegando!

quinta-feira, 26 de março de 2015

Dar-te-ei



Não te darei flores, não te da rei, elas murcham, elas morrem
Não te darei presentes, não te darei, pois envelhecem e se desbotam
Não te darei bombons, não te darei, eles acabam, eles derretem
Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas choram, elas se vão

Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus
Esses embalam, esses secam, mas esses ficam

Não te darei bichinhos, não te darei, pois eles querem, eles comem
Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam, esses borram
Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham
Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas que te resguardam e que se vão

Dar-te-ei a mim mesmo agora
E serei mais que alguém que vai correndo pro fim
Esse morre, envelhece, acaba e chora, ama e quer, desespera, esse vai, mas esse volta

Ha ha ha, ahhhh ha
Mas esse volta
Ha ha ha, ahhhh ha

Esse volta

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Plena


Acordar cedo, sair, ouvir um grupo no trem  fazendo poesia de improviso...
caminhar até o trabalho e admirar o céu, os prédio, alguns tem tanta história...
sentar em frente as tarefas, e colocar um rock de plano de fundo...
ter milhões de tarefas, e fazer uma de cada vez...

Ver os planos finalmente dando certo...
fazendo eu mesma dar certo.

Olhar pro futuro e ver rosas... esquecendo dos espinhos...
Mas, o agora está ótimo também...
É mais fácil e menos angustiante chagar no amanha desta forma.

Não existe receita, mas experimente sentir.
Experimente olhar pro céu, não pros carros [a menos que queira atravessar a rua].
Experimente sentir o aroma, antes de comer.
Experimente ser calmo.
Experimente estar de bem consigo mesmo.


Não seria feliz a palavra, mas poderia ser...
não é confortável, mas se fosse cairia bem...
não é calmaria, nem falta do que fazer,
é só como se há muito não fosse assim, e agora é.
É apenas estar assim, de uma maneira unica...
seria como se tudo se encaixasse...
só pra variar.