terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Eu escrevo assim

Na escuridão do quarto, uma idéia acende
Será que se eu a por no papel, alguém me entende?
São palavras, versos, canções, frases, tudo solto
Às vezes dedicadas ao céu, ar ou mar revolto.

No meio da linha a palavra me falta
Do nada, às vezes ela se ressalta,
Pra rimar dois versos não é fácil
Ter que ter na mente uma idéia ágil.

Há pouco tempo fiz duas rimas só
Quando vi estava escrevendo até sobre o pó,
Não me dêem uma caneta se não quiserem
Perdida no mundo das letras me verem.

São poemas e textos curtos, eu sei
Mas, escrever ao meu gosto, essa é a lei,
Se outros disso se agradarem
Agradeço a todos, quando voltarem.

Sobre garotas e homens

Simples realidade, sobre nós, sobre vocês, é que somos sensíveis, delicadas, caprichosas, choronas, fortes, fracas, displicentes, cuidadosas, perfumadas, educadas, formais, descoladas, inteligentes, sutis, brandas, leves, soltas, livres, alegres, românticas.
Fácil também é sermos impiedosas, arrogantes, sedutoras, cruéis, duronas, mandonas, irresistíveis, frias, misteriosas, singelas, arrebatadoras, inegáveis, gatas, maravilhosas, bonitas, lindas, incríveis, legais, chiques, estonteantes.
O mais interessante é nosso poder sobre vocês, sobre todos vocês, os fazemos suspirar, elogiar, agradar, satisfazer, surpreender, implorar, chorar, beijar, falar, calar, ir, vir, parar, trazer, buscar, levar, pegar, reclamar, ouvir, obedecer, rir, preocupar, amar, gostar, tocar, ler, ter, impressionar.
Isso é realmente poder? Eu não diria assim, vocês é que escolhem isso, vocês gostam, gostam do sofrimento, de correr atrás, de estar perto, e se assim escolhem... É só admitir, somos demais, feitas assim, feitas pra isso, dominar, ou não, fazer isso sempre dependeu de vocês, sim de vocês. Ainda bem que sempre fazem a escolha certa!

A noite

Escura, sombria e crua
Vem chegando impiedosa,
Revelando a linda lua
A noite fria e majestosa.

Congelado, parado está o vento
E não pensem vocês em descanso,
Está ali em puro desalento
Até continuar seu rumo manso.

Não há pessoas nas calçadas
Pelo frio que se espalha agora,
Formando neve nas sacadas
E levando as almas embora.

Nada se poderia ver
Se não fosse a lua brilhar,
Fazendo a alegria crescer
Mesmo que morra no olhar.

Ela não tem pena de mim ou de você
Ela simplesmente vem, e vem,
Brasileiro, americano ou francês
Porque depois dela não há ninguém.

Saiba que a noite que me inspira
Também tem uma vontade,
Que deixem de ter dela ira
Pois a nós quer dar felicidade.

Difícil aceitar palavra sua
Pois até hoje nos trouxe somente,
Bruma, escuridão e a triste lua
Que não serve como promessa, infelizmente.

Então será que vamos uma chance dar
Para que ela mostre a nós
Antes de o sol voltar a brilhar
Que alem de frio também tem voz?

Um poema....minhas palavras...

Me pediram para escrever sobre nuvens
Sentimentos, terra e até sobre o mar
Mas palavras faltam em minha cabeça
Para versos sobre estes formar

Nuvens, combinam com o céu
Sentimento é algo infinito
Sobre a terra, nada tenho a dizer
E o mar, é apenas o mais bonito

Meus pensamentos estão sempre lá em cima
Controlar meu coração, é uma dificuldade
Meus pés nem conhecem este chão
E assim mergulho na realidade

Primeiro falei sobre não saber
Em seguida dei uma opinião sincera
Depois nada fez muito sentido
E aqui um simples poema se encerra...

Hoje há nuvens?

O cinza, o nebuloso, para alguns triste e sombrio
Para outros, um processo, uma mudança
E ainda há os que crêem no indistinto e indiferente

Quem sou eu para falar na crença dos outros,
Ou até mesmo crer que posso generalizá-las
Mas, já vi o suficiente pra saber que muitas
Podem ser facilmente classificadas
Organizadas e catalogadas

Eu comecei falando do nevoento céu
E aqui me vejo falando da nebulosa e inabalável
Mas o céu cinza, a meu ver, é melhor.
(Por Gabriel Krieger)
.
Eu já vejo diferente, um dia nublado é um dia de movimento, e isso nada tem a ver com as pessoas! Quem nunca antes contemplou a imensidão lá em cima,quem nunca antes pensou em subir até lá? Há nuvens céu, também há nuvens no pensamento, em dias assim elas parecem tão perto, perto de nós. Pena que não nos levam daqui, para sempre...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Só talvez... fosse uma comparação...!

Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu ,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens)
Não que eu queira comparar a vida com a loucura de um alvo poético, mas em vários momentos me vejo querendo não só a lua do céu, como também, a lua do mar. Isso é bom, sonhar alto é um privilégio que temos, privilégio de querer, sonhar, inventar, sem a menor intenção de realizar... é simplesmente uma perca de tempo que vale a pena, apenas pela sensação de não ter os pés no chão...
Eu sonho em ser feliz e fazer mil coisas, mas o sonho em si é muito melhor do que pensar em como realmente fazer isso...
Eu sonho em encontrar o sol, a lua, as estrelas... Mas isso só faz sentido se for visto com o coração, com o poder que simples palavras passam a ter, quando se trata de uma ilusão.
E assim me acho parecida com Ismália, só que no meu juízo quase perfeito, sonho acordada e isso me faz feliz... ;)